• Horário

    Seg. à Sex. 08h às 12h

  • E-mail

    contato@aeapel.com.br

  • Telefone

    (53) 3025.1518

08 ago 2018

Futuro do arroz é insistir em qualidade

Principal desafio da cadeia produtiva é combinar produtividade com as exigências do mercado.

A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas promoveu em maio através de uma parceria com o Laboratório de Grãos da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas o Workshop Industrialização e Qualidade de Arroz, que reuniu profissionais, pesquisadores, estudantes e produtores durante um dia inteiro de debates sobre a cadeia produtiva.

Ao final de mais de seis horas de palestras e painéis a conclusão geral foi de que o futuro da cadeia produtiva passa necessariamente pela combinação de três fatores: maior rendimento dos grãos inteiros, manutenção da alta sanidade dos grãos e aceitabilidade das características sensoriais pelos consumidores.

Para alcançar mais rendimento e melhores características sensoriais a indústria depende diretamente de melhoramentos genéticas das cultivares usadas e das técnicas de manejo de produção usadas atualmente no Rio Grande do Sul. De acordo com o professor Doutor Nathan Vanier do Laboratório de Grãos da UFPel, esse foi o caminho seguido para se chegar ao percentual de 67% de grãos inteiros da atualidade. "O desafio é contar com produtos capazes de atender as necessidades dos produtores, da indústria e dos consumidores".

Durante o evento foram apresentadas as cultivares BRS Pampa e IRGA 431CL, que foram desenvolvidas pelo Irga e pela Embrapa. As duas cultivares são apontadas como substitutas naturais das de hoje consagradas BR-IRGA 409, IRGA 417 e PuitáInta CL, que marcaram o setor industrial pela alta qualidade, mas que deixam a desejar para os produtores devido a menor produção por hectare.

SAÚDE NA MESA – A garantia de uma sanidade cada vez melhor dos grãos servidos na mesa dos brasileiros começa no manejo das lavouras e chega até a adoção de logísticas específicas nas indústrias e comércio.

"Planejamento da lavoura através de práticas como o escalonamento da semeadura capazes de garantir a colheita na hora certa, evitando o desenvolvimento de defeitos nos grãos é um primeiro passo para ser ter um alimento saudável no prato", diz o professor Dr. Maurício de Oliveira, do LabGrãos.

A qualidade do alimento que consumimos também passa por questões práticas e aparentemente dissociadas do tema, como por exemplo, uma fila de caminhões no pátio das indústrias durante a safra. O ato de colher o arroz e secá-lo no menor intervalo de tempo possível sob pena dos grãos permanecerem úmidos por tempo demais e perderem a sanidade foi, aliás, um dos temas mais debatidos pelos participantes do evento.

Assim resolver problemas de logística como a redução do tempo de espera dos caminhões nas filas para descarregamento se torna crucial para as indústrias da região como forma de garantir um produto final com mais qualidade. E não é exagero dizer que detalhes como esses podem representar a perda de espaço em um mercado nacional integrado, atualmente, por duas mil indústrias que controlam três mil marcas vendidas de norte a sul do país.

"Já avançamos muito nos últimos cinco anos, mas ainda há o que trilhar", diz Oliveira.