Estabilidade de componentes da fração lipídica durante o armazenamento de grãos, óleo bruto, óleo refinado e biodiesel de arroz, canola e girassol
Na última década se observa uma tendência mundial na procura de energia
renovável. No Brasil o óleo de soja é a principal matéria prima para produção de
biodiesel. Além da diversificação de matérias primas, outra necessidade para a
cadeia produtiva de grãos, óleos e biodiesel, é a armazenagem por períodos mais
longos, principalmente para a fabricação de biocombustível e seus derivados. A maior
dificuldade da cadeia produtiva está na pós-colheita, onde há poucos dados
referentes à estabilidade lipídica de grãos e óleos, e à estabilidade dos ésteres
metílicos (biodiesel), principalmente por períodos médios e longos de armazenagem,
com manutenção de características tecnológicas em níveis aceitáveis para a
produção e comercialização do biodiesel, assim como também são escassos em se
tratando de consumo alimentar. Neste estudo foram analisados efeitos do
armazenamento dos grãos, do óleo bruto, do óleo refinado e dos ésteres metílicos de
arroz, canola e girassol, sobre o perfil dos ácidos graxos, o conteúdo de moléculas
com caráter antioxidante e características físico-químicas do óleo e do biodiesel
armazenados a 25ºC e 55% de umidade relativa. Conclui-se que: (a) o
armazenamento prolongado promova a degradação de tocoferois, diminuindo o seu
conteúdo em todos os grãos, óleos e biodiesel; (b) tanto a oxidação primária como a
secundária são crescentes para todos os grãos, óleos e ésteres metílicos durante o
armazenamento, com a exceção do óleo bruto de girassol (para a oxidação
secundária); (c) a acidez cresce com o aumento do tempo de armazenamento de
grãos, óleo bruto e óleo refinado, mas é estável para os biodieseis durante os 6
meses de armazenamento, com exceção dos óleos brutos de arroz e canola; (d) os
grãos de canola apresentam a maior estabilidade lipídica encontrada neste estudo.