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11 out 2018

Na luta para desmistificar o uso de agrotóxicos

“A pressão e a fiscalização sobre os produtores rurais brasileiros é muito maior do que a feita sobre traficantes de drogas”. Essa foi uma das primeiras afirmações do professor da Universidade de Passo Fundo Claud Goellner feitas na palestra “Cenário Geral do Uso de Produtos Fitossanitários no Brasil” que abriu na noite de quarta-feira o Seminário de Arroz Irrigado promovido na 82ª Expofeira pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas em parceria com Irga, Embrapa, FAEM, Emater, CAVG e SRP.

Goellner que durante 30 anos dedicou-se a pesquisas nas áreas de toxicologia e fitossanidade fez uma defesa do uso dos produtos fitossanitários e apresentou um contraponto técnico ao que classifica de informações inverídicas potencializadas por posturas ideológicas e um “modismo da mídia embasado em pseudo-especialistas”. Para o professor uma série de informações sem embasamento técnico algum acabaram sendo repetidas por tanto tempo que ganharam ares de verdades absolutas, quando o assunto é o uso de herbicidas e pesticidas nas lavouras brasileiras. “A relação destes produtos com o desenvolvimento de câncer é um dos maiores absurdos ditos e repetidos sem qualquer comprovação científica”, declara. 

Conforme dados apresentados pelo pesquisador nenhum estudo realizado no Brasil ou no exterior foi capaz de comprovar o desenvolvimento de neoplasmas em seres humanos seja por contato direto ou ingestão de produtos fitossanitários. Levantamento feito por Goellner mostra, ainda, que o número de casos de intoxicações por agrotóxicos no Brasil é menor que o causado por produtos de limpeza domésticos, como clorofina e desinfetantes. Entre 1999 e 2013 foram, conforme o estudo, notificados 99,7 mil casos de intoxicações por agrotóxicos no país, enquanto no mesmo período 147,6 mil pessoas foram intoxicadas por produtos de limpeza domésticos. 

O número de mortes ligadas diretamente ao uso de fitossanitários é outro dado usado para tentar desfazer as teorias dos grupos anti-agrotóxicos. “O maior número de mortes está ligado à ingestão voluntária como forma de suicídio, mas isso ninguém fala. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 88% dos casos de intoxicação por agrotóxicos notificados diz respeito a pessoas que ingeriram os produtos deliberadamente”.

Diante da plateia formada por pesquisadores, produtores e estudantes, Goellner defendeu que confronte o ativismo anti-agrotóxicos com dados científicos e não se tenha medo de tratar sobre o assunto considerado vital para o futuro do agronegócio nacional. “Até 2050 será necessário produzir duas vezes mais alimentos do que hoje e o Brasil será um dos principais fornecedores mundiais”, justifica.

DOS GAMES PARA AS LAVOURAS

A segunda palestra da noite ficou a cargo da equipe da Smart Composer VR, empresa porto-alegrense encarregada de transformar a tecnologia da realidade virtual em uma ferramenta para treinamento, aprimoramento e gestão dos produtores rurais. 

“As aplicações são as mais diversas e vão desde simuladores de voo para aviação agrícola até treinamento de pessoal para trabalhar em locais insalubres ou perigosos”, explica Bruno Boris.  Como não poderia deixar de ser participar de um rápido voo virtual de pulverização de uma lavoura foi um dos momentos que mais agradou ao público.